sábado, 11 de agosto de 2012

A segurança e o risco

Muitas vezes me questiono sobre a maneira que vivemos nas grandes cidades brasileiras: sempre em risco, acuados e assustados com o fato de que a qualquer momento podemos sofrer algum tipo de violência. Assaltos constantes, descontroles emocionais que resultam em atos de violência, diferenças sociais etc., nos dão a sensação de que estamos sempre no limite entre o temor e a real possibilidade.
As notícias aumentam as angústias, e o medo de ser uma vítima muitas vezes nos leva a julgamentos errados e injustos. Sim, nos assustamos com pouco, ou quase nada, e suspeitamos de tudo e de todos. A regra é  não confiar em ninguém, afinal de contas, um encontro casual (do tipo estar no lugar errado na hora errada) pode resultar numa surpresa nada boa.
Quando vivemos situações difíceis e, depois que passa, nos damos conta de que sobrevivemos, temos a certeza de que as perdas materiais são o de menos. Mas na hora da perda real, a maioria fica possuída por uma raiva quase incontrolável, que tira a razão e pode resultar em erros fatais. Até pessoas calmas se descontrolam.
Mas pra que arriscar, pra que ultrapassar a linha que nos oferece, mesmo que em posição de total desvantagem, a possibilidade de garantir a continuidade de uma existência? Da mesma forma alguém pode perguntar: mas porque ser violado injustamente, covardemente e não fazer nada? É fato também, e é essa mistura de emoções que resulta em atitudes impulsivas e muitas vezes surpreendentes. Nossa reação pode nos trair... 
Reagir a um assalto, a uma abordagem agressiva, a um ato de violência, a uma provocação, pode nos sair bem mais caro do que o fato em si já vai custar. E por mais absurdo que seja ceder aos que nos agridem, que nos tiram o direito de ir e vir, de ter bens, de viver livremente, não podemos esquecer de que  isso pode ser o menos grave ... Os impulsos são controláveis, pois é a cabeça é quem comanda o corpo e seus movimentos. 
E se vale a pena preservar a vida, é fundamental lembrar disso nos momentos mais difíceis, naqueles em que somos desafiados a mostrar no que  acreditamos e o que esperamos do futuro... É difícil, eu sei, mas não temos escolha. Para o agressor é vencer ou perder. Para nós, os agredidos, é apenas viver!