sábado, 7 de abril de 2012

Em defesa das bicicletas

Utilizar a bicicleta para se locomover em curtas e até em longas distâncias é ou não é uma solução para os grandes centros urbanos, cheios de carros e engarrafamentos infernais???? Em muitas cidades da Europa a bicicleta não é usada só para passeios turísticos. Ao contrário, nestes lugares a bicicleta é um meio de transporte!
Então, aí vai uma pergunta que não quer calar: Por que os motoristas não respeitam o ciclista no Rio de Janeiro? E, pior, em muitos casos, consideram aquele que sai de casa pedalando um "mala" que obriga o apressadinho a reduzir a marcha, a desviar, a frear... É impressionante, né? Mas é verdade.



O lugar onde moro atualmente é perfeito para quem gosta de pedalar. E eu adoro, pois além de fazer exercícios, me locomovo mais rápido pela área. É prático, fácil e tranquilo. Além disso, na maioria dos estabelecimentos há espaço para estacionar bicicletas. Vou ao mercado, à farmácia, ao banco... E com boa parte do caminho coberto por ciclovia, não pode existir opção mais perfeita, certo? Errado!
E é com um pouco de rancor que conto a razão da minha resposta: Hoje peguei a bicicleta e saí cheia de animação para  ver o mar, fazer compras, entre outras coisas. Tudo ótimo até me deparar com o motorista de uma van, que disposto a me assustar jogou o carro e me empurrou para cima da calçada... Ué, mas não é proibido bicicletas na calçada??? Me assustei com isso e, óbvio, quase caí. Tentei não me abalar e continuei o roteiro. Bom, a tranquilidade não durou muito tempo e logo em seguida veio mais um susto. Agora foi a vez do motorista de um desses carros grandes e caros que vemos pela rua. Ele fez a mesma coisa que o mal-educado da van: jogou o carro em cima da bicicleta e me disse, apenas com esse gesto, saia já do meu caminho!



Mas e aí, qual seria a melhor maneira de lidar com essas situações, ou melhor, para evitar esse tipo de situação, já que tanto tem se discutido e estimulado  o uso da bicicleta? Sem resistir em dar palpites, deixo aqui minhas sugestões: é fundamental educar os motoristas, que em grande parte ignoram o ciclista e se sentem afrontados quando precisam fazer qualquer manobra em função dele. É por causa dessas pessoas que os acidentes, muitos fatais, têm acontecido. De que adianta o Governo estimular o uso da bicicleta se o ciclista está em risco?
Outra ideia é seguir o Governo de São Paulo, que tomou uma decisão super legal na semana passada: o motorista que colocar um ciclista em perigo vai ter que pagar uma multa. O valor ainda é baixo, em torno de R$80, mas com certeza vai inibir os mais afoitos, que não prestam atenção em quem está pedalando de forma serena ao lado da calçada. Como aconteceu com outras leis, que só começaram a ser respeitadas depois da implantação de multas, acho que isso vai ajudar a conter estes absurdos.



Que tal estender a penalidade para todos os estados do Brasil?? Quem sabe assim a gente consegue dar mais um passo no caminho do desenvolvimento humano, na redução da poluição, dos engarrafamentos e do estresse??? Eu estou fazendo a minha parte, mas agora decidida a seguir o conselho do meu amigo Átila, que está me incentivando a comprar aquele capacete feiosinho...

O tempo passa, o tempo voa

Tempo, tempo, tempo... Uns têm muito, outros pouco, outros nenhum... Isso depende do momento de vida, da idade, da urgência da situação, da vontade de parar por ali, de voltar atrás, de acelerar... O senso comum, no entanto, é de que ele, o tempo, está apressadinho e sem paciência de se adaptar ao nosso ritmo, seja ele qual for. Para acompanhá-lo precisamos antecipar o relógio, não esperar demais e não dormir no ponto. Quando acordamos, de noites cada dia mais curtas, entramos no ciclo e passamos a perceber a velocidade das horas, dos meses, dos anos. Outro dia estávamos fazendo a lista dos presentes de Natal, mas como num passe de mágica passou o carnaval, a Páscoa e novamente estamos fazendo planos para o ano seguinte, que em breve vai chegar.
Já ouvi várias explicações, que incluem previsões escritas na bíblia, o excesso de tarefas, a correria dos grandes centros etc. O fato é que o tempo está voando e a vida ficando cada dia mais rápida e fugaz. A avalanche de acontecimentos cai sobre nós, sem sequer nos permitir aprofundar, refletir, digerir... Um fato marcante, que te toma o sono, o folêgo e o sossego, tem passado tão rápido quanto o desenvolvimento de uma criança. Aliás, é por meio de crianças que temos a prova mais concreta da pressa do tempo.
Isso não me assusta pelo fato de estar envelhecendo ou coisa do tipo, mas por não ter certeza se estou usando meu tempo de maneira correta. São tantos planos, tantos sonhos, tantos afazeres... E a ansiedade surge quando percbemos que muitas coisas são programadas para aquela fase de vida que de repente ficou pra trás. Não há regras, mas talvez a melhor fórmula inclua viver intensamente os momentos bons e não perder oportunidades, mesmo que elas não façam parte do plano A, B ou C. Ter planos é saudável, mas é preciso estar atento para perceber que as circunstâncias  podem alterar o roteiro, e que por conta delas os planos não sairão como você imaginou.
Isso quer dizer que viver em função de planos pode acarretar em perda tempo? Sim! Mas somente se você não estiver aberto para detectar a necessidade de alterar alguma coisa, de mudar o caminho, de procurar outro rumo ... Vejo muita gente infeliz que continua correndo atrás de planos traçados, sem olhar para o coração e para as necessidades do momento...  É preciso perceber que os desejos se alteram com o passar do tempo, com a maturidade, as mudanças da vidas, os encontros e os desencontros. O importante, no meu ponto de vista, é a autenticidade da historia que construimos e a certeza de que tudo está valendo a pena.
Bom, todo esse desabafo é resultado de um susto: me dei conta de que já é abril... e de  que eu nem tinha assimilado o reveillon, as férias ...